“Just a revolution”, como diriam os Beatles?
Será que a tão comentada quarta revolução industrial é só mais uma, ou seu papel será mais marcante do que imaginamos?
Está mesmo acontecendo uma nova revolução industrial?
Na verdade, se a gente pensar bem, já estava na hora da quarta revolução industrial começar, não acha? Afinal, a primeira revolução industrial começou a quase 250 anos, em 1784.
Já passou do ponto das coisas se revolucionarem, mudarem, concorda?
Então, vamos fazer como nos ensina a canção: “So make way to start the revolution” – “Abram caminho para começar a revolução”
Indústria 4.0: atualize sua versão antes que chegue a 4.1!
Sim, passou do ponto mesmo, porque a quarta revolução industrial, a chamada indústria 4.0, já é uma realidade e só não está se beneficiando dela quem não se mantém atualizado.
Segundo dados do relatório do Fórum Econômico Mundial, de 2016, divulgados pelo UOL, o Brasil se encontra entre aqueles que ainda não despertaram para essa nova realidade.
Os países pioneiros a adotar a indústria 4.0 são Cingapura, Finlândia, Suécia, Noruega, Estados Unidos, Israel e Holanda. E o Brasil? Bem, o Brasil está colocado na 72ª posição desse ranking. Para você ter uma ideia, o Uruguai está a nossa frente.
Mas isso não deve ser motivo para desânimo.
Pelo contrário, deve ser a motivação de superar esse desafio que vai mover você e sua empresa rumo à quarta revolução industrial!
Neste posts, você vai entender o que é a quarta revolução industrial e como será o profissional da indústria 4.0.
Vai ver também quais as oportunidades geradas pelas indústria 4.0 e se aprofundar em assuntos como computação em nuvem, IoT (Intelligence of Things), fábricas inteligentes, sistemas ciber-físicos, big data analytics e segurança de dados.
Disposto a seguir com agente?
Então, antes de continuar, dê uma conferida neste interessante vídeo, produzido pela Salesforce:
O que é a quarta revolução industrial, afinal?
Antes de entender o que é a quarta revolução industrial, que tal começar pela primeira?
A sequência de quatro revoluções industriais gerou, paulatinamente, uma mudança nas relações de trabalho, produção e consumo, como você vai entender seguindo essa cronologia.
A Primeira Revolução Industrial: vapor
O tear mecânico e a máquina a vapor são verdadeiros ícones da primeira revolução industrial.
Por volta de 1780 essas tecnologias revolucionaram a produção, substituindo o trabalho artesanal pelos primórdios da produção em massa.
E as consequências dessa mudança da maneira de produzir foram bem mais amplas do que se poderia imaginar. De um lado, permitiu a criação de empregos nas cidades, fazendo com que as populações rurais se deslocassem para os grandes centros.
Além disso, outras tecnologias inspiradas nessas permitiram melhorias na agricultura, (gerando mais alimentos para a população) e nos transportes (permitindo que as pessoas se deslocassem com mais facilidade, usando trens e navios a vapor).
A soma de todos esses fatores levou a um forte desenvolvimento econômico e ao aumento da população mundial.
A Segunda Revolução Industrial: combustão interna e eletricidade
A palavra de ordem da segunda revolução industrial foi a produção em massa!
Às tecnologias citadas anteriormente deram lugar a outras, como o motor de combustão interna, a eletricidade e a química fina.
Com isso, a partir de meados dos anos 1870, aviões e automóveis passaram a fazer parte do dia a dia das pessoas. A agricultura ganhava um novo impulso, com os fertilizantes químicos, e a indústria em geral com novos materiais, como o plástico.
Por fim a energia elétrica permitiu que a produção se tornasse ainda mais ágil e massiva.
Somou-se a isso tudo uma nova forma de produzir: a linha de montagem. Ela permitiu a produção em massa: uma forma eficiente de atender às demandas de um mercado de consumidores cada vez mais crescentes e ávidos por bens de consumo, tais como rádios, automóveis, eltrodométidos e televisores.
A Terceira Revolução Industrial: digitalização
A informática e a internet desencadearam a terceira revolução industrial.
Tudo começou devagar, com os chamados mainframes (computadores enormes que podiam ocupar um andar) ajudando as empresas a analisarem dados e fazerem cálculos complexos.
Mas o grande salto ocorreu com a chegado dos circuitos integrados, dos microprocessadores e dos computadores pessoais.
Essas máquinas que hoje todos nós temos, seja na forma de desktops ou de dispositivos móveis, se aliaram a internet e trouxeram uma facilidade de acesso a informação nunca antes vista.
Dessa forma, não só a vida das pessoas, mas a maneira de trabalhar também mudou drasticamente, trazendo muito mais produtividade e alta capacidade de automatização para as empresas de todos os ramos.
A Quarta Revolução Industrial: inteligência
O acesso cada vez mais facilitado à internet, com alcance global e mobilidade quase ilimitada, trouxe mais um salto tecnológico que deu início a quarta revolução industrial.
A computação em nuvem é uma das características marcantes da indústria 4.0. Mas esse é apenas o começo. A inteligência artificial, o machine learning e a Internet das coisas são outros fatores que permitem um trabalho e (uma vida) muito mais colaborativa e com acesso a informações importantes em tempo real.
As consequências do uso dessas e de outras tecnologias resultaram em maior velocidade na transformação dos processos e no surgimento constante de inovações.
Além disso, a convergência das tecnologias com novos materiais e avanços na biologia estão transformando o próprio ser humano, que se torna cada vez mais conectado e integrado com as máquinas.
Por fim, as transformações extrapolam o campo do trabalho, da produção, da economia e da vida pessoal. Elas afetam de maneira positiva até a forma de fazer política, afinal, é cada vez mais difícil não descobrir a verdade dos fatos.
Confira este infográfico com uma linha do tempo apresentando os dados mais relevantes de cada uma das 4 revoluções industriais.
Como será o profissional da indústria 4.0?
Você acredita que a quarta revolução industrial vai gerar uma transformação no trabalho?
Sim, com certeza a indústria 4.0 trará novas formas de trabalhar e mudanças no perfil dos profissionais e das habilidades necessárias para se destacar no mercado.
Segundo outros dados do Fórum Econômico Mundial, existem alguns vetores que impulsionam a indústria 4.0 e que motivarão diversas mudança no trabalho.
Dentre eles, podemos citar fatores demográficos e socioeconômicos, como trabalho flexível, o aumento da classe média nos mercados emergentes, mudanças climáticas e a instabilidade política.
Já os vetores tecnológicos citados na pesquisa incluem a internet móvel, a tecnologia em nuvem, o Big Data, novas fontes de energia e a Internet das Coisas.
Veja estes gráficos com dados completos do relatório do Fórum Econômico Mundial:
Nesse contexto, os profissionais terão que se adaptar a um novo cenário, tanto tecnológico quanto social e, para isso, precisarão desenvolver novas habilidades e atitudes.
Mais uma vez, o relatório sobre o Futuro do Emprego, do Fórum Econômico Mundial nos traz algumas dicas das habilidades que serão mais desejadas nos profissionais, em alguns poucos anos.
Veja uma comparação entre 2015 e 2020:
Como você pôde ver, habilidades como a solução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade e gestão de pessoas estão entre as primeiros da lista.
A verdade é que muitas das tarefas repetitivas e que não exigem tomada de decisão complexa ou um relacionamento empático com outras pessoas serão automatizadas.
Assim, os profissionais da indústria 4.0 precisarão desenvolver habilidades que envolvem relacionamentos e, acima de tudo, um pensamento crítico, isto é, ético em relação às consequências de seus atos.
E isso – por enquanto – nenhuma tecnologia desenvolveu de forma satisfatória.
Portanto, em vez de transformar pessoas em meros apêndices das máquinas, como muito acreditam, a visão de como será o profissional da indústria 4.0 pode ser bem diferente: um indivíduo capaz de se relacionar bem com os colegas, coordenar equipes, se colocar no lugar dos outros e tomar decisões pensando de maneira ampla e sustentável.
Quer saber ainda mais sobre como será o profissional da indústria 4.0? Então acompanhe este vídeo divulgado no Portal Fecomercio SP no YouTube:
Quais as oportunidades geradas pela indústria 4.0?
Transformação digital tem tudo a ver com a quarta revolução industrial. Mas não são a mesma coisa.
O que podemos dizer é que a transformação digital aponta oportunidades de inovação tecnológica que são aplicadas na indústria 4.0 para melhorar processos, modelos de negócio, produtos, serviços e gerar melhorias no trabalho.
Nesse contextos, diversas tecnologias tem se apresentado como oportunidades aproveitadas pela quarta revolução industrial.
Analisamos várias delas. Acompanhe, a seguir.
Veja mais em nosso blog: 5 incríveis exemplos de transformação digital para entender esse conceito de uma vez por todas
Computação em nuvem
Uma realidade que já se encontra em uso pela maioria das pessoas, a computação em nuvem fez surgir novas formas de negócio.
As empresas SaaS, por exemplo. Hoje, não se baixa mais um software para instalar em sua máquina. Ele está disponível online, mediante o pagamento de uma mensalidade e é acessível de onde você e sua equipe estiverem.
Empresas disruptivas como Uber e AirBnB não existiriam sem a tecnologia de computação em nuvem.
Saiba mais: Modelos de negócios disruptivos: a fórmula revelada
Sua empresa já se aproveita das oportunidades geradas pela computação em nuvem?
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IoT: Intelligence of Things
As coisas podem ser inteligentes? Bem, se os objetos puderem ajudar a coletar informações relevantes, auxiliar na tomada de decisão inteligente e na automatização de processos, sim!
Hoje os chamados “wearables” – roupas, sapatos, relógios e outros acessórios que usamos – podem passar informações de localização, velocidade e até dados mais profundos, como pressão sanguínea e ritmo cardíaco.
Com isso, é possível alerta seu médico de que você não está passando muito bem ou, em outro extremo, veicular um anúncio em seu celular na hora em que você, fazendo compras no supermercado, passa em frente de um produto que pesquisou na internet dias atrás.
A Intelligence of Things está intimamente relacionada com os Sistemas Ciber-Físicos. (CPS). Sistemas Ciber-Físicos integram o mundo real com o ciberespaço. Assim, é possível integrar o sistema semafórico de uma cidade com um software de gerenciamento de tráfego, por exemplo.
Dessa forma, a “Intelligence of Things” vai muito além dos wearables e está presente em empresas, fábricas, produtos e muitas outras “coisas”.
Sensores em produtos e em eletrodomésticos já permitem fazer pedidos automáticos de reposição a varejistas ou abrir a porta de sua garagem e ligar o ar-condicionado de sua casa, na melhor temperatura, quando seu carro sinalizar remotamente que está se aproximando,
Para as empresas isso também acontece, auxiliando a selecionar mercadorias, controlar estoques, rastrear encomendas, verificar a eficiência de processos e muito mais.
Big data analytics
Big data analytics é um termo que se popularizou para designar a capacidade atual de coletar, armazenar e analisar uma enorme quantidade de dados rapidamente.
É importante lembrar que esses dados, muitas vezes, não estão estruturados, o que demanda um esforçao anlítico maior. Assim, são criados algoritmos para analisar esses dados, já que ninguém mais conseguiria fazer isso sozinho, como acontecia com coleta de dados tradicional.
O big data analytics se baseia em 5 pilares, chamados de 5 Vs do Big Data:
- Volume: a enorme quantidade de dados
- Velocidade: os dados chegam cada vez mais rapidamente
- Variedade: os dados têm diversas procedências e trazem informações bastante ricas e diversificadas
- Veracidade: é preciso analisar com cuidado e usar mecanismos para separar dados pouco confiáveis, como as famosas fake news.
- Valor: de nada vale ter acesso a enormes quantidades de informação se ela não puder, de alguma forma, gerar valor para o negócio
Fábricas inteligentes
A automatização é uma realidade que se originou no final da terceira revolução industrial, mas que também marca presença na indústria 4.0. Com certeza ela está presente nas fábricas inteligentes, mas não apenas ela.
Fábricas inteligentes usam a convergência de diversas tecnologias proporcionadas pela quarta revolução industrial para se tornarem mais produtivas e atenderem da melhor forma as necessidades de seus clientes.
Um case de sucesso de uma fábrica inteligente foi o desenvolvimento, pela Embraer, de um modelo para detectar erros nas aeronaves antes de decolarem (anteriormente, muitos erros só eram descobertos durante um voo), trazendo um enorme ganho de produtividade e diminuição de custos e riscos.
ALERTA: como fica a segurança de dados na indústria 4.0?
Se a quantidade e relevância das informações aumentou, a segurança sobre elas deve ser redobrada.
Na verdade, com a convergência tecnológica, muitas das inovações já são criadas incluindo a segurança de dados em suas especificações e funcionalidades.
É o caso da computação em nuvem, em que os servidores remotos atendem a todos os protocolos de segurança e são administrados por gigantes do setor de tecnologia, acostumados a trabalhar em ambientes seguros.
Além disso, os procedimentos de segurança de dados ganham cada vez mais camadas. Identificação de voz, de íris, de padrões de digitação, leitura de digitais, reconhecimento facial e da geometria das mãos são apenas alguns dos recursos disponíveis.
Por fim, protocolos de dupla autenticação são cada vez mais comuns, além do uso itokens e outras chaves de acesso, assim como encriptação de dados.
Nossa! Foram muitas informações sobre a indústria 4.0, não foram?
Mas ainda há tempo de assistir a mais este vídeo, uma divertida animação, bastante didática e com dados bem interessantes sobre a quarta revolução industrial:
A quarta revolução industrial já está atuante em seu negócio?
Queremos saber se a indústria 4.0 já é uma realidade para você e sua empesa.
Já adotaram algumas das tecnologias citadas acima? Quais os resultados? O que você espera do futuro do trabalho, neste cenário? Quais as oportunidades geradas pela indústria 4.0 que vocês já utilizam?
Responda nos comentário e ajude-nos a enriquecer este debate!